Meu amor, você me descadeirou
Corpo fremiu, baba caiu, a alma descontrolou
O pântano que atravessei até chegar ao teu coração, terreno árido, chão rachado
A ogiva nuclear do teu olhar, minha garrucha e teu canhão, nós sem estação
A mão espalmada no norte, no sul o corte, o dedo brincando na ferida
Meu amor, você é minha vida
Meu amor, você é minha vida
De lombo dormente, voz tremente, o cabelo um mar agitado de paixão
Eu tua máquina de tirar leite, em ti grudada, máscara famélica e crispada
Nossos ossos em comunicação terrena, me fazendo plena na régua da tua métrica
Meu amor, não sou mais tétrica
O nosso espelho avariado, um rosto arrebatado de prazer
Tua emergência penetra e enche, refocila em mim uma esperança
A vida menos lívida em jatos canta e dança
Meus músculos te dizem meu amor, em mim a casa tua
Meu amor, para sempre me possua.