Saturday, January 04, 2014

Quando não der na alma, na cara, no estômago, soque a próstata e eu ficarei feliz



Se sem vaselina vá com calma, que a dor no espírito é tamanha e cheia de contra-indicações, o corpo aguenta, já tão dilacerado, o intelecto perturbado com a náusea despontando na raiz da língua, o deslizar passa a ser fluido, límpido e corrente bem onde o coração estanca, tranca a porta dos canais infernais, e faz o preço do pedágio.

 Permita-me aqui uma certa hipnotização pela linguagem, pela linguada, pelo caráter descaracterizado, uma certa subjetividade que não alcançará a muitos, que cairá num colossal ostracismo, as palavras porcas das damas indignas que te fazem meia bomba, que te causam o desejo e o asco, eu não quero putrefazer a sensação em amor, eu quero o rasgo bradado, o destrinche da carne em duas ou mais, eu fico do lado dos ímpios.

Se não se pode impedir a violência de acontecer, goze-a.