Monday, June 20, 2016

Dramaturga transexual brasileira Leonarda Glück reúne seis de suas principais peças em seu primeiro livro




A atriz, diretora teatral e dramaturga transexual Leonarda Glück lança, em parceria com a jovem Editora Dybbuk, seu primeiro livro, com seis peças teatrais especialmente selecionadas para a publicação, no próximo dia 2 de julho na Casa Selvática, sede do coletivo artístico que abriga a escritora, em Curitiba, sua cidade natal.



Convidada por Luciano Ramos Mendes, que comanda a Editora Dybbuk há apenas um ano, para a empreitada de lançamento da obra, Glück diz que foi com espanto e prazer que aceitou o convite: “O Luciano é meu amigo faz tempo, e nós dois temos em comum a paixão fervorosa pela literatura. Ele me deu carta branca para que escolhesse da minha produção literária o que quisesse lançar, e foi aí que aproveitei o ensejo para lançar algumas das peças de teatro que escrevi: sonho de anos que sempre tive. Dramaturgia é coisa raríssima na literatura brasileira, quase uma categoria fantasma, restrita àqueles que tem apreço pela linguagem teatral, e eu quero mudar isso”.


Serão lançadas seis peças para teatro sob o irreverente título “A Perfodrama de Leonarda Glück – Literaturas Dramáticas de Uma Mulher (Trans) de Teatro”, algumas já encenadas e outras ainda inéditas. A tarde de lançamento contará com leituras dramáticas de alguns trechos das peças que compõem o livro. Os textos de dramaturgia contemporânea são “As Três Irmãs, Um Melodrama Rocambolesco em Quatro Capítulos”, inspirado pelo clássico teatral do autor russo Anton Tchekhov (texto feito sob encomenda do diretor Gabriel Machado, que ganhou encenação pela Selvática Ações Artísticas na Casa Selvática em 2012), “Cutelo Assassino, Uma Tragédia Grega de Atrocidades” (o texto ganhou leitura dramática em evento na Casa Selvática, em 2015), “Jesus Vem de Hannover” (encenado pela Companhia Silenciosa em 2008 no Teatro Novelas Curitibanas), “O Faqueiro de Górgona ou Górgona e As Mil Facas Encantadas” (o texto já foi lido em alguns eventos de teatro em Curitiba, por diferentes grupos, mas ainda não ganhou montagem oficial), Rebecca ou David Começa a Babar” (encenado pela Companhia Silenciosa em 2010 e indicado ao Troféu Gralha Azul de Melhor Texto) e “Stoccarda” (inédita). Quando questionada sobre o título do livro, a autora responde: “A minha figura está intimamente conectada com tudo aquilo que produzo, portanto, com o teatro que faço não seria diferente. O teatro performático que tenho apresentado no Brasil nos últimos vinte anos é uma justaposição do campo do drama em si com o da performance arte, e a sexualidade de uma mulher como eu também deve ser levada em conta nos resultados que fabrico. Se há tantos “homens de teatro” espalhados por aí, por que não uma mulher trans de teatro?”

No livro temas como amor, neocolonialismo, globalização, linguística, transexualidade e conflitos mundiais dão o tom de um teatro provocativo que deseja ser absorvido por escolas, faculdades e grupos de teatro e artes do país todo, um teatro que gera reflexão em vez de mero entretenimento. O texto que abre o livro de Leonarda Glück é escrito pelo diretor teatral Ricardo Nolasco, colega de palco da autora há dez anos. O material textual é também acompanhado de um ensaio fotográfico exclusivo da artista, que também é performer nas horas vagas, feito pela fotógrafa cearense Natália Marques no início de 2016 em Curitiba. 



Serviço:
Lançamento do livro “A Perfodrama de Leonarda Glück – Literaturas Dramáticas de Uma Mulher (Trans) de Teatro”, da Editora Dybbuk;
Data: 2 de julho;
Local: Casa Selvática – Rua Nunes Machado, 950 – Rebouças – Curitiba – PR;
Horário: 16 horas.

Friday, April 29, 2016

A artista transmídia Leonarda Glück lança na rede a videoarte autoficcional “No documento é homem, mas aparenta ser mulher”

"Atenção: os documentos do PAX estão como homem, porém ele tem aparência de mulher. Favor não causar constrangimento ao PAX. Costumam chamar de Leo ou Leonarda" foi o que leu, já sem conseguir respirar direito, a transex asmática e periférica lá da Fazendinha — a sua roça iluminada — , em sua conta de hotel em SP, a locomotiva do país, onde o amor tem cara de fumaça tóxica. Talvez fosse feliz no mato ou no morro, pensou sorrindo, e acendeu um cigarro, como se fumando apagasse o PAX tão tortuoso em seu papel social.

Concepção, texto e performance: Leonarda Glück; 



Trilha sonora original e videoarte: Jo Mistinguett;



Esta videoarte é parte integrante do projeto Sim, somos bizarras, contemplado pelo Programa Rumos Itaú Cultural 2013 - 2014.


Assista à videoarte aqui:

Sunday, March 20, 2016

Vem aí Dalton Cabaré na Curitiba Mostra no Festival de Curitiba 2016!

A Curitiba Mostra reúne importantes nomes da literatura e do teatro curitibanos na edição 2016 do Festival de Curitiba, que tem início na próxima terça-feira (22). A atração mescla escritores, diretores, atores e demais criadores naturais da cidade ou que nela estão ou já foram baseados.

O Espaço Cênico convida a Companhia Brasileira de Teatro, a Selvática Ações Artísticas e a CiaSenhas de Teatro para levar à cena obras dos escritores Dalton Trevisan, Manoel Carlos Karam, Wilson Bueno, Alice Ruiz, Luci Collin, Leonarda Glück e Priscila Merizzio.

No próximo dia 24 de março, quinta-feira, a mostra abre com o espetáculo 'Dalton Cabaré', uma mostra da obra do famoso contista curitibano Dalton Jérson Trevisan em ambientação de inferninho, no espaço Guairacá Cultural, na Rua São Francisco, 179 - Centro Histórico da cidade de Curitiba, Paraná, Brasil.