Preciso me reerguer da morte, pensei eu, as pernas bambas.
Não quero ser uma cínica em um mundo de antílopes tropicais, os músculos já se tinham acalmado, a abertura ínfima já se tinha cortinado novamente.
Todos os descendentes estariam irreparavelmente comprometidos.
Pensei na burrice da reforma ortográfica, nas mãos de milhares de homens que construíram o mundo, em suas pequenas masturbações conjuntas.
Ser aplaudida de pé não me basta mais. Agora quero de joelhos!
Quero todos os buracos arrepiados de uma só vez, em uníssono.
Quero a dupla penetração. Um já não me faz satisfeita.
Quero a morte categórica dos velhos, das crianças e dos pobres-diabos. Torço pelo fim glorioso da raça. Tenho predileção pelos degenerados. A liberdade não é uma idéia.
Eu te roubo o rim sorrindo-te na cara flácida. Eu mato a tua prole bebendo da tua bebida espúria.
É assim que sou: lourinha por conveniência, pela raridade. Pelo assassínio puro da cor.
Eu obrigo os povos a me obedecerem cegamente, quando é pão velho e bolorento o que lhes ofereço.
A diferença em mim é substancial e evidente, sou palavra coroada. Prego o êxito das doutrinas destruidoras, o preço do ouro e as guerras econômicas enquanto é pelo rabo que gozo meu jato de sangue ímpio.
A verdade do povo não é minha verdade.
O Anticristo virá através de meu corpo sedento de amor.
Cada uma de minhas vítimas, diante de Deus, vale milhares de cristãos.