Saturday, January 31, 2009

Hoje acordei totalitária



Preciso me reerguer da morte, pensei eu, as pernas bambas.
Não quero ser uma cínica em um mundo de antílopes tropicais, os músculos já se tinham acalmado, a abertura ínfima já se tinha cortinado novamente.
Todos os descendentes estariam irreparavelmente comprometidos.
Pensei na burrice da reforma ortográfica, nas mãos de milhares de homens que construíram o mundo, em suas pequenas masturbações conjuntas.
Ser aplaudida de pé não me basta mais. Agora quero de joelhos!
Quero todos os buracos arrepiados de uma só vez, em uníssono.
Quero a dupla penetração. Um já não me faz satisfeita.
Quero a morte categórica dos velhos, das crianças e dos pobres-diabos. Torço pelo fim glorioso da raça. Tenho predileção pelos degenerados. A liberdade não é uma idéia.
Eu te roubo o rim sorrindo-te na cara flácida. Eu mato a tua prole bebendo da tua bebida espúria.
É assim que sou: lourinha por conveniência, pela raridade. Pelo assassínio puro da cor.
Eu obrigo os povos a me obedecerem cegamente, quando é pão velho e bolorento o que lhes ofereço. 
A diferença em mim é substancial e evidente, sou palavra coroada. Prego o êxito das doutrinas destruidoras, o preço do ouro e as guerras econômicas enquanto é pelo rabo que gozo meu jato de sangue ímpio.
A verdade do povo não é minha verdade.
O Anticristo virá através de meu corpo sedento de amor.
Cada uma de minhas vítimas, diante de Deus, vale milhares de cristãos. 

Tuesday, January 13, 2009

'' segue o crepúsculo sem solavancos, eu me solto na beirada. Faço sem fluência o malfadado percurso dos deuses. Me adianto às respostas negativas e estapeio a cara da necessidade...

Cada tiro único eu dei no pé. Eu acerto em cheio a boca da morte sem pedir socorro. Em mim, tumba coberta de pó secular, ninguém aposta no jorro sangrento da vida.''