Tuesday, April 24, 2007

PUBERDADE ADIADA


Agora, e só agora, eu a tenho.

A dura certeza de que as coisas pouco ou não faladas jamais serão resolvidas.

O amanhã não vem até que seja tarde demais.

Tento, com isso, que minha sensibilidade saia pouco ferida da batalha.

Estrada íngreme dos íngremes pensamentos, tenho, para sempre, de a percorrer.

Se a História sempre exige um seio desnudo, é o que irei fazer agora.

Por que as lágrimas sempre estão envolvidas?

Não é de bom tom beber ritualisticamente.

O dionisíaco foi banalizado por polemistas dos anos 60, que o transformaram em brincadeira e protesto.

Maconha na fila do piquete. Sexo no jardim de infância. Regressão benigna.

Mas o Grande Deus Dioniso é a barbárie e a brutalidade, um extremo de torsão que rasga, mutilação, esquartejamento, contrações uterinas, energia desenfreada, louca, rude, destrutiva.

Dioniso é o novo, emocionante: varrendo tudo para começar de novo.

Dioniso é a única saída inteligente para o pensamento. Apolo é mera embalagem.
Eu sou artista, afinal.
Eu mereço meu tempo separado, meu espaço reservado, meu espírito inflamado.
Eu mereço tudo. O que me vem. Sem amaciante.
Meu cu meu cu meu cu.

2 comments:

Anonymous said...

Personas Sexuais, primeiro capítulo. Um dos textos mais verdadeiros sobre a essência de Dioniso. Miasmas daimônicos. Fala para o senhor Wild procurar um livro chamado "Shiva e Dionisio", de um escritor francês. muito interessante. beijos

Companhia Silenciosa said...

bafo total, querida!!!!