No primeiro instante, já de pernasabertas, mandou:
- O buraco ta aí, você faz se você quiser, a escolha é tua.
Inconformado e excitado a um só tempo, que figura autoritária de pernas abertas. Hoje em dia os parâmetros tomados são outros, é preciso que se diga. As palavras já não conseguem mais abarcar tudo o que queremos extrair delas, é um esforço penoso, mas excita, e excita muito. Eu, mais uma dessas figuras autoritárias por detrás do pano ecrã tátil, hoje abaixo dos meus dedos, sinto-me muito excitada nesse instante. E devo ainda fazer aqui um apêndice: sinto-me borbulhada de todos os desejos, o buraco ta aí, já ficando torto de tesão.
O rapaz – preciso dizer aqui que se trata de um rapaz pelo aquilo que sensorialmente o corpo diz tratar-se de um rapaz, eu sei o que é um rapaz, no sentido bíblico, a problemática do gênero fica aqui poeticamente subjacente, dada uma certa incompatibilidade de gênios entre esses estudos e o correr fácil literário – avermelhado, arfava, como uma flauta prestes a ser tocada, arfava mesmo com a idéia da possibilidade como ideal, e sim, claro, foderia a moça. Há moças que necessitam muito de ser fodidas, eu, mais uma dessas figuras fodidas por aí, que sinto-me bastante fodida muitas vezes troquei o sentir pelo ser. O transcorrer, o mundo é um atulhado de instituições mortas.
Fodida e iluminada, trânsfuga e translucidamente lúcida. Ficava lúcida após o coito anal, e depois iria limpar os assoalhos!